Projet-L, Protótipo do Citroen CX - 1971
O Protótipo "L" é o fruto dos estudos para um substituto do DS. No mesmo ano o GS acaba de ser lançado e tem um novo motor Flat Four arrefecido a ar. Este tipo de motor, pela sua distribuição de peso, tem a grande vantagem de baixar o centro de gravidade da viatura, não admira por isso o surgimento deste tipo de motor neste protótipo.
Nesta época era comum os protótipos rolantes não serem
idênticos aos esboços e maquetes da carroceria. Este foi um claro
exemplo disso. Existiram no desenvolvimento do CX, pela vontade de Robert Opron,
três vias concorrentes para o aspecto final do veículo: A via Citroen,
a Clássica e a Futurista.
O protótipo
de 1971 foi provavelmente desenvolvido a partir dos esboços de Jean Giret
e está bastante afastado da linha tradicional "Citroen".
As linhas deste protótipo são angulosas e contrastam vivamente
com as do seu antecessor, e as dos seus contemporâneos, o GS e o SM. Pensa-se
que estas linhas e o motor escolhido (Lancia) não são estranhas
ao acordo Citroen-FIAT que existiu até 1973.
Quem gosta do Design
CItroen dos anos 60/70 sente-se em casa ao admirar os interiores deste protótipo.
É uma surpreendente mistura de elementos pertencentes ao GS e SM.
Tablier e mostradores do SM. Volante, alavanca das mudanças, comandos
eléctricos, acabamentos das portas e assentos do GS
O motor pode-se considerar
muito mais moderno e inovador que o escolhido para a fase de produção.
Tinha 1654cc e entregava uns generosos 95 cv às 6.000 rmp, tinha o formato
"flat four" (tal como o GS) e arvores de cames nas cabeças
comandadas por correias dentadas, era arrefecido a água. A sonoridade
deste motor, segundo um jornalista que teve a felicidade de o experimentar,
é muito semelhante à do motor do GS.
No final do projecto, a escolha do motor recaiu sobre um bloco já em
produção na casa há muitos anos, o 1985cc e o 2175cc do
DS. Evidentemente, o factor económico foi determinante na sua escolha,
estávamos na época em que a Citroen transitou do Grupo Michelin
para a Peugeot, e dada a precária situação da Citroen,
severas restrições financeiras foram aplicadas. O lançamento
do CX foi feito com um motor primitivo e ineficiente, embora de uma robustez
e fiabilidade invulgares.
A caixa de velocidades foi, salvo pequenas diferenças, comum ao Lancia
Beta , evidenciando mais uma vez a colaboração com o grupo FIAT.